JUSTIÇA: AS LEIS VALEM PARA TODOS

Nos tempos atuais, quando alguém “cancela” outra pessoa, ela parte de uma posição de uma suposta superioridade, afirmando: “você fez algo que eu nunca faria, portanto, está automaticamente eliminado”. No entanto, por mais que isso possa ser verdade e que a pessoa cancelada tenha errado, é de se pensar nas consequências que este tipo de atitude pode gerar dentro da sociedade.

É realmente positivo e construtivo sermos tão rigorosos e exigentes? Digo isso porque é muito comum que este excesso de crítica caia apenas sobre quem não gostamos, enquanto nossos defeitos e daqueles que admiramos sejam tratados com condescendência. Afinal, quando conhecemos o contexto das pessoas, não encontramos mil desculpas para suas atitudes? Por que não podemos dar o benefício da dúvida para quem está fora da nossa zona?

Antes de respondermos que o outro não merece este esforço, é preciso se lembrar que somos todos humanos, que a justiça deve atender a todos e que ser democrata é dar voz a todos. Além disso, do mesmo jeito que os direitos devem ser distribuídos, as responsabilidades também.

Se aplaudimos que a justiça seja enviesada para nosso inimigo, não poderemos cobrar que seja imparcial conosco. Se desejamos que as pessoas sejam compreensivas com nossas pisadas em falso, não poderemos xingar e convocar nossos seguidores para massacrar a escorregada do outro.

Lutar pela justiça e pela ética não é para favorecer quem não pensa como nós e sim nós mesmos. O planeta é o mesmo, o país é o mesmo. A não ser que passemos a morar em Marte, vamos ter que aprender a conviver e, se isso não vier naturalmente, devemos deixar que as leis nos ajudem a manter a paz e a ordem.

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