“Quando já estava chegando a Páscoa judaica, Jesus subiu a Jerusalém. No pátio do templo viu alguns vendendo bois, ovelhas e pombas, e outros assentados diante de mesas, trocando dinheiro. Então ele fez um chicote de cordas e expulsou a todos do templo, bem como as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas e virou as suas mesas. Aos que vendiam pombas disse: “Tirem estas coisas daqui! Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!” João, 13-16
Esta passagem fala, a meu ver, sobre a corrupção dos bens morais e espirituais. Afinal, você está num local voltado ao espírito, à paz e à contemplação e as pessoas que o frequentam apenas pensam no dinheiro e em seus interesses pessoais.
No entanto, tal desvio não precisa ser apenas em relação a religião. Podemos estender este conceito à política, às instituições sociais, às empresas que, em seus valores e visões prometem comportamentos edificados, mas que, na prática, estão focadas nos ganhos e lucros, em detrimento de uma sociedade melhor.
Logo, chegar com o chicote e colocar tudo abaixo não nos incita à violência e sim ao despertar da consciência, para que não sejamos mais coniventes com as más práticas, por mais convenientes que às vezes sejam. Que não sejamos ingênuos frente a falsos discursos.
Afinal, o mercado do Templo sem clientes não funciona.