Perceba seus padrões nos relacionamentos e melhore a vida a dois
Grande parte das pessoas geralmente manifesta um padrão nos relacionamentos amorosos que se repete ao longo dos anos. Isso acontece porque, quando tal padrão não é reconhecido, ele pode levar o indivíduo ao fracasso na relação, o que, mais adiante, pode fazer a pessoa novamente se encontrar em situação similar.
Existem aqueles que enxergam isso como má sorte ou síndrome de perseguição. Questionam-se: Por que sou tão infeliz no amor? Por que sempre aproximo estes tipos de pessoas? Entretanto, o pior mesmo é quando duas pessoas, que evidentemente se adoram, não conseguem ficar juntas, convivendo pacificamente.
A resposta para isso talvez esteja no fato de que o problema pode não estar no outro e sim em nós mesmos. Afinal de contas, qual é a lição que precisamos aprender através do convívio com aquele ser humano?
Para que fique mais simples de entender, irei contar uma história:
Havia uma moça muito bonita, inteligente e cheia de outros atributos, que havia crescido com uma mãe ausente. Não que sua mãe não se importasse ou não estivesse lá. É que as atribulações da vida moderna, na qual tantos de nós se deixam engolfar, levou esta progenitora a passar pouquíssimo tempo com aquela criança, que, de tão sensível e amorosa, sofria demais com a solidão.
Portanto, foi muito fácil começar a associar as atitudes de sua mãe com falta de amor. “Ora, se ela não tem tempo para mim”, pensava, “não quer saber o que acontece em minha vida e ainda fica nervosa quando eu tento me aproximar, então eu sou ruim, indigna de ser amada”. Se a mãe dela soubesse o estrago que estava causando, talvez tivesse mudado de rumo, revisto até mesmo sua carreira.
Agora, adulta, esta moça já tinha sedimentado praticamente duas décadas de rejeição, que ia materializando em relacionamentos amorosos frustrantes, nos quais ela se esmerava de todas as maneiras para agradar e ser aceita e eles, por seu turno, sempre a rejeitavam, nunca tendo tempo para ela. Ou seja, este ciclo doentio se auto-alimentava eternamente.
Eis que então, provavelmente pedindo muito à Deus – o que inevitavelmente nos faz sair desse padrão energético de sofrimento ?- um homem amoroso apareceu e estabeleceu com ela um relacionamento muito feliz. Porém, o padrão ainda estava lá e logo as brigas começaram. Era um relacionamento desgastante, do qual nenhum dois conseguia sair, visto que se amavam muito.
Finalmente, num instante de iluminação, ela percebeu, por algumas que disse, por algumas coisas que dele escutou, que ela estava sendo com ele da mesma forma que sua mãe havia sido com ela: era o mesmo tom de voz, as mesmas atitudes, as mesmas preocupações. E ele, por sua vez, agia como ela, durante a adolescência.
(Como ela havia crescido sem se sentir amada, fechara-se numa casca tão grossa, que não se permitia mais ser atingida, então as próprias tentativas de aproximação da mãe, eram rejeitadas. Ela não queria mais que sua mãe ficasse perto, não queria que ela lhe dissesse nada, queria fazer suas coisas, do seu jeito, na hora que quisesse. Então, o único recurso que a mãe tinha para conseguir qualquer coisa, era através do dispositivo de culpa).
A moça percebeu que era exatamente isso que seu relacionamento havia se tornado. Duas pessoas que se amavam, sendo ela a culpabilizadora e castradora e ele, quem queria ser pleno de si mesmo, mas que vivia se sentindo mal por isso.
Quando ela então simplesmente soltou tudo e voltou a ser quem ela era, permitindo que ele fosse quem ele é, o relacionamento deles se tornou verdadeiramente feliz e ela nunca mais teve que se preocupar com isso.
RECONHECENDO PADRÕES
Para entender qual é o padrão que você emite, basta observar atentamente o comportamento do outro, incluindo suas reações. Quem estas atitudes lhe lembram? O que você sente quando elas acontecem?
Não existe uma fórmula certeira para reconhecer padrões e trabalhá-los, pois trata-se de algo muito individual e que só você mesmo pode descobrir. Por isso, estar no momento presente, atento e consciente, é a melhor forma de começar a identificar padrões e, ao entendê-los, passar a trabalhar com eles.
De todo modo, ao aceitar que o outro só emite aquilo que nos permitimos receber, fica mais fácil lidar com conflitos, já que não nos sentimentos mais atacados. O conflito é, portanto, uma grande oportunidade de crescimento. Não a perca!
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